RECOCINE | v. 2 - n. 3 | set-dez | 2024 | ISSN: 2966-0513  
Leonardo Vernier Finamor  
Graduando em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e possui  
Bacharelado em Psicologia pela UFRGS.  
Undergraduate in Letters from the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS), and holds a degree in  
Psychology from the Federal University of Rio Grande do Sul.  
Márcia Ivana de Lima e Silva  
Professora Titular do Instituto de Letras, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).  
Pós-Doutora pela Université du Québec à Montréal (UQAM).  
Teaches at the Letters Institute, from the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS). PhD from the  
Université du Québec à Montréal (UQAM).  
Este artigo passou por avaliação por pares cega e software anti-plágio.  
LICENÇA ATRIBUIÇÃO NÃO COMERCIAL 4.0 INTERNACIONAL CREATIVE COMMONS CC BY-NC  
HOMEM-ARANHA X RUROUNI KENSHIN: A VALORIZAÇÃO DA  
VIDA NA CULTURA POP DOS ESTADOS UNIDOS E DO JAPÃO DOS  
ANOS 1990  
RESUMO  
Ao longo do século XX, principalmente devido às consequências da Primeira e da Segunda Guerra  
Mundial, a noção de valorização da vida ganhou força ao redor do mundo. A partir disso, na década de  
1990, duas produções das culturas pop estadunidense e japonesa destacaram-se enquanto materiais que  
têm o tema da valorização da vida em foco: a série animada “Homem-Aranha” e o mangá seriado  
“Rurouni Kenshin”. Tendo-se isso em vista, partindo do escopo da narratologia, este artigo visou a  
compreender como esse construto é apresentado em ambas as obras, para melhor compreender a cultura  
de Estados Unidos e Japão desse período. Para isso, foram analisadas as evoluções dos protagonistas  
dessas obras, a partir da análise, principalmente por meio da focalização, de trechos dessas histórias.  
Além disso, também se teve, por objetivo, identificar a função narrativa dessas histórias enquanto  
elemento de cultura pop, visto que essa pode ser analisada enquanto uma gramática social de seu tempo,  
podendo servir tanto para refletir a condição atual da sociedade quanto para moldar novas visões de  
mundo em massa. Quanto aos resultados, constatou-se que a composição de ambas as séries apresenta  
uma lógica de complementariedade da valorização do sentido da vida: os protagonistas, que inicialmente  
valorizavam apenas a vida de terceiros, passam a valorizar também a própria ao final de suas evoluções.  
Também se percebeu que os vínculos sociais e a capacidade de cooperação foram essenciais para que  
os protagonistas chegassem a essa conclusão, o que sugere uma essencialidade dos laços sociais para a  
valorização da própria vida pela perspectiva dos autores e diretores. Quanto à função dessas obras  
enquanto elementos de cultura pop, expõe-se que ambas possuíram tanto uma função constitutiva e  
subversiva quanto uma função reflexiva das sociedades estadunidense e japonesa, servindo tanto para  
formação de opinião popular quanto para reflexo dos ideais já presentes nessas comunidades.  
Palavras-chave: Homem-Aranha. Rurouni Kenshin. Cultura pop. Estados Unidos da América. Japão.  
SPIDER-MAN X RUROUNI KENSHIN: LIFE APPRECIATION IN 1990s  
AMERICAN AND JAPANESE POP CULTURE  
ABSTRACT  
Over the 20th century, especially because of World Wars’ consequences, the idea of life appreciation  
gained force around the world. Furthermore, by the 90s, two pop culture productions from United States  
of America and Japan stood out as works which focuses on the life appreciation concept: the Spider-  
Man animated series and the Rurouni Kenshin manga series. Through the narratology scope, this article  
analyzed how this theme was presented in both works, aiming to comprehend this period’s american  
and japanese cultures. Towards that end, it was analyzed how the life appreciation thematic was  
developed through the evolution of the protagonists of these works. In addition, identifying the narrative  
function of these stories as pop culture elements was also a objective, considering that pop culture can  
be analyzed as a social grammar of its time, serving both to reflect society’s current state as to shape  
new mass world opinions. Therefore, it was found that both series structure presents a life appreciation  
complementarity sense: the protagonists, which firstly only valued other people’s lives, end up valuing  
their own. It was also found that social links and cooperation skills were essential for these characters  
to achieve this conclusion, which suggests that the authors and directors believe in the importance of  
social connections to truly achieving life appreciation. As for these works’ function as pop culture  
elements, it was shown that both possessed not only constitutive and subversive function, but also  
reflective function of american and japanese societies, serving both for popular opinion shaping as for  
reflection of the current ideals of these cultures.  
Keywords: Spider-Man. Rurouni Kenshin. Pop culture. United States of America. Japan.  
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INTRODUÇÃO  
Ao longo do século XX, especialmente após o término da Segunda Guerra Mundial, as  
ideias de valorização da vida e da felicidade ganham importância, o que pode ser percebido,  
por exemplo, pela evolução dos conceitos de infância e adolescência (movida por uma  
preocupação com o bem-estar físico e psicológico desses indivíduos após os horrores do  
conflito) e pelo surgimento de diversos movimentos de contracultura ao redor do mundo, como  
o movimento hippie estadunidense (Grossman, 2010). A valorização dessas ideias deu-se em  
resposta às milhares de mortes causadas pelos confrontos, gerados principalmente pelo  
nacionalismo e pelo imperialismo ascendentes na Europa do final do século XIX e da primeira  
metade do século XX, os quais estavam pautados na supervalorização do sujeito coletivo  
(Guimaraes, 2010).  
Dessa forma, em resposta às trágicas consequências desses movimentos, estabeleceu-se  
um contexto de se dar mais atenção ao sujeito individual ao longo da segunda metade do século  
XX, passando-se, por exemplo, a encarar a realidade do suicídio não mais como um problema  
religioso, mas sim enquanto resultado de um contexto social inóspito (Fogaça, Pinto & Silva,  
2018). Tendo-se isso em vista, pode-se supor que, ao final do século XX, na década de 1990, a  
noção de valorização da vida estivesse ainda mais desenvolvida e acessível a diferentes setores  
da sociedade, especialmente ao se considerar o aumento da globalização e do desenvolvimento  
científico (Trigueiro, 2001; Almeida, 2008).  
Entretanto, nos casos de Japão e Estados Unidos da América, houve fortes recessões  
econômicas na década de 1990 (Goto-Jones, 2019; Orlande, 2019). Essas crises afetaram de  
maneira impactante não só as culturas e sociedades desses países, como também os jovens que  
viveram esse período (Henshall, 2004; Anchor, [s.d.]). Ilustrações desses impactos são o  
advento dos hikikomori (no Japão), que são indivíduos, geralmente adolescentes ou adultos  
jovens, que vivem isolados de todo o restante da sociedade, evitando qualquer forma de contato  
social por, pelo menos, 6 meses consecutivos, e a ascensão do grunge (nos Estados Unidos),  
um estilo de música com letras compostas por angústia, sarcasmo e crítica social (Perone, 2012;  
Domingues-Castro & Torres, 2018).  
Nesses contextos de recessão econômica e social, duas narrativas voltadas para crianças  
e adolescentes destacaram-se: o mangá (história em quadrinhos em estilo japonês, desenhada  
com nanquim) “Rurouni Kenshin” (Watsuki, 1994-1999), no Japão, e a animação seriada  
“Homem-Aranha” (Richardson, 1994-1998), nos Estados Unidos. “Rurouni Kenshin”, de  
Nobuhiro Watsuki, contou a história de Kenshin Himura, um ex-assassino e combatente que,  
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após a instauração da Era Meiji no Japão em 1868, decidiu que nunca mais iria matar ninguém,  
tomando a decisão de vagar pelo país protegendo os fracos e oprimidos. A história começa a  
ser contada no ano 11 desse período histórico (1879), quando Kenshin conhece e decide ajudar  
Kaoru Kamiya, um jovem espadachim dona de um dojo de kendo (centro de treinamento de  
artes marciais de espada japonesa de bambu) em decadência, o que o leva a viver por algum  
tempo no local e a formar uma espécie de família com amigos variados. Ao longo da história,  
Kenshin precisa confrontar seu passado, passando por desafios à sua decisão de nunca mais  
matar e quase sucumbindo à culpa que carrega pelo seu passado. No final da história, Kenshin  
chega à conclusão de que, para poder continuar sua vida de forma mais saudável e mantendo  
seu voto de nunca mais matar, ele precisará, além de valorizar e proteger a vida dos outros,  
valorizar as suas próprias vida e felicidade.  
Já “Homem-Aranha” foi uma animação estadunidense baseada na longa série de  
quadrinhos homônima. A série segue a história de Peter Parker, um jovem universitário que foi  
picado por uma aranha radioativa enquanto assistia a uma palestra sobre tecnologia médica  
baseada em DNA. Essa picada concedeu-lhe diversos superpoderes, como superagilidade e a  
capacidade de pressentir o perigo, os quais, após a morte de um ente querido, ele passa a utilizar  
para ajudar e proteger os cidadãos da Nova Iorque de diversos criminosos. Aqui, a história  
mostrada na série de TV já funciona de forma similar a “Rurouni Kenshin”: o protagonista  
passa por diversos desafios, sendo frequentemente sufocado por culpa e arrependimento por  
suas falhas ao longo da jornada, até que chega à conclusão de que, para cuidar de terceiros, é  
necessário valorizar também a própria vida e o próprio bem-estar.  
Devido às suas características, é possível afirmar que ambas as obras se constituem  
excelentes exemplares da cultura pop dos anos noventa desses países, já que esse termo se refere  
a produtos midiáticos de alta acessibilidade à população, de forma que as práticas de  
significação geradas por isso e seus resultados culturais são produzidos de forma altamente  
significativa (Heryanto, 2008). No que tange ao caso de “Homem-Aranha”, essa percepção é  
corroborada por Pinheiro e Lemos (2017, p. 2), que abordam a relação entre o protagonista e o  
seu público consumidor da seguinte forma:  
Apesar de se tratar de uma produção midiática, para os fãs o Homem-Aranha  
é mais que um produto de consumo. Ele é uma representação do bem, do fraco  
que vence o mais forte por meio da perseverança e da inteligência acima da  
força. Trata-se de um referencial midiático com carisma a aproximação do  
cotidiano, sendo, por isso, capaz de gerar processos de identificação e  
influenciar nas identidades contemporâneas.  
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Com relação a “Rurouni Kenshin”, defende-se ainda sua posição enquanto produto da cultura  
pop não só porque o mangá é uma mídia de presença mundial, mas também porque essa obra  
específica foi comprovadamente muito popular no Japão e no Brasil (Furuyama, 2008).  
A partir disso, justifica-se o uso desses materiais enquanto objetos de estudo, visto que  
a cultura pop apresenta-se como uma espécie de gramática social de seu tempo, possibilitando  
o estudo acerca da percepção humana de si mesma e de sua sociedade em um determinado  
espaço-tempo (Buzan, 2010). Além disso, a cultura pop também possui o potencial de moldar  
a visão de mundo de grandes massas populacionais, especialmente no que tange a  
comportamentos e noções políticas, de forma que é possível afirmar que o estudo de sua  
influência e de seus impactos seja de suma importância para as ciências humanas e para o campo  
de letras e artes (Daniel & Musgrave, 2017).  
Tendo-se isso em vista, a hipótese central por trás desse estudo é a de que essas obras  
tenham sido altamente influenciadas pelas culturas estadunidense e japonesa da década de  
noventa, além de se acreditar que essas ficções da cultura pop, por sua vez, também tenham  
influenciado esses contextos culturais ao final da década, especialmente no que tange ao público  
mais jovem, alvo desses materiais. Ademais, a variável central a ser analisada nessas relações  
será a temática da valorização da vida, uma vez que esse é um tema central de ambas as  
narrativas. Dessa forma, os objetivos deste estudo são compreender como é apresentada essa  
noção nessas histórias, por meio da análise da evolução das personagens protagonistas, e  
entender as relações dessas obras com as culturas japonesa e estadunidense da década de 1990,  
a partir do estabelecimento de paralelos com os contextos culturais que as originaram.  
METODOLOGIA  
No que tange à metodologia deste estudo, serão feitas análises comparativas a partir do  
escopo e dos conceitos da narratologia. Conforme Bal (2021, p. 25) estabelece: “[...] a  
narratologia é o conjunto de teorias de narrativas, textos narrativos, imagens, espetáculos,  
eventos; artefatos culturais que “contam uma história”. Tal teoria ajuda a compreender, a  
analisar e a avaliar as narrativas.”  
A partir dessa noção, no que tange a este trabalho, será adotada uma definição ampla de  
texto, que, ainda segundo a mesma autora (2021, p. 27): “[...] é um todo, estruturado e finito,  
composto de signos. Esses signos podem ser unidades linguísticas, como palavras ou frases,  
mas também podem ser signos diferentes, como sequências cinematográficas, ou pontos, linhas  
e manchas pintadas.”  
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A partir dessa definição, justifica-se o uso da narratologia para este artigo na medida  
que essa teoria possibilita a análise de textos narrativos de diferentes mídias, como é o caso das  
obras em questão, visto que Rurouni Kenshin é um mangá e a Homem-Aranha é uma animação  
seriada. Isso ocorre também porque seus conceitos teóricos são aplicáveis a ambos os objetos  
de estudo, visto que ambos se constituem narrativas sequenciais (Aragão, 2010).  
Quanto a esses conceitos, há alguns que merecem destaque, visto que serão utilizados  
para embasar a análise e a discussão. Inicialmente, todo e qualquer texto narrativo é composto  
por elementos, ou seja, aspectos como eventos, locais e personagens que constituem o conteúdo  
desse texto (Bal, 2021). Tendo-se isso em vista, ainda conforme a autora (2021, p. 31), define-  
se focalização da seguinte maneira: “uma escolha é feita entre os vários pontos de vista pelos  
quais os elementos podem ser apresentados. A focalização resultante, ou seja, a relação entre  
“quem observa” e o que é observado, dá cor à história com subjetividade.”  
Estabelecida essa definição, torna-se crucial abordar a figura do narrador, visto que suas  
nuances impactam fortemente qualquer focalização. Segundo Bal (2021, p. 32):  
Um texto narrativo é uma história que é contada, que é transmitida a  
destinatários, o que requer um meio; ou seja, ela é transformada em signos.  
Esses signos são produzidos por um agente que narra, que profere os signos.  
Esse agente não deve ser identificado como o escritor, pintor, compositor ou  
cineasta. Na verdade, o escritor retira-se e convida um porta-voz fictício, o  
narrador.  
A partir dessa concepção, existem diversas perspectivas acerca de tipos de narrador e  
de níveis narrativos. Para este estudo, quanto aos tipos de narrador, será utilizada uma  
simplificação da tipologia de Bal (2021), que diferencia dois tipos de narrador: o narrador  
externo, que nunca se refere a si enquanto personagem, e o narrador personagem, cuja  
identidade é referente a um personagem da história ou ator da fábula1.  
Por último (mas não menos importante), conceitua-se o processo de evolução de  
personagem. Segundo Comparato (2000, p. 131):  
Tal como o ser humano, uma personagem nunca é estática, inamovível; muda,  
modifica-se. [...] Desta forma, uma personagem que inicialmente seja  
onipotente e distante pode acabar humilde e afetuosa devido a múltiplos  
contratempos sofridos no decorrer da história. Chama-se a este processo  
evolução da personagem.  
1 O modelo de análise narratológica da autora pressupõe a coexistência de três camadas: texto (vide p. 5 deste artigo), história (resumidamente,  
forma de apresentação de uma determinada fábula) e fábula (conteúdo de uma história, composto por eventos apresentados em uma série  
ordenada, além de atores, locais e tempo) (Bal, 2021).  
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O conjunto dessa conceitualização possibilita verificar como a temática da valorização  
da vida é desenvolvida em ambas as obras por meio da análise da evolução das personagens  
Peter Parker e Kenshin Himura. Isso é possível porque, ao longo das narrativas, o público é  
exposto a diversos pensamentos delas, o que permite investigar como muda a focalização desse  
tema conforme a história desenvolve-se. Tendo-se em vista essa abordagem, ressalta-se que as  
materialidades dos objetos em si não serão consideradas, ou seja, as relações de espaços, cores  
e formas não serão usadas como forma de análise.  
Ademais, no que tange ao estudo das obras enquanto representações da cultura pop, será  
adotada uma abordagem interpretativista, que faz uso da cultura pop enquanto texto para melhor  
compreender o mundo real em si, visto que ela é uma fonte importante de criação de significado  
em larga escala (Wedeen, 2002). A partir disso, serão traçadas comparações, tanto entre o  
contexto cultural do Japão da década de noventa e o desenvolvimento do protagonista de  
“Rurouni Kenshin”, quanto entre a cultura estadunidense do mesmo período e o arco evolutivo  
de Peter Parker, de “Homem-Aranha”, para entender como essas obras podem ter influenciado  
seus contextos de origem e vice-versa, tendo-se a discussão acerca da valorização da vida sob  
foco.  
RESULTADOS E DISCUSSÃO  
Inicialmente, é possível demonstrar, a partir da análise da focalização realizada em  
trechos retirados de ambas as obras, que os protagonistas, ao início dos textos, não valorizavam  
a própria vida, ao passo que, a partir de suas evoluções de personagem, passaram a valorizá-la  
no final das fábulas. Primeiramente, será ilustrado o caso de Kenshin, de “Rurouni Kenshin”.  
Conforme o avançar da história, é possível perceber alguns indícios sutis de que Kenshin  
não valoriza a própria vida. Um exemplo desses pode ser visto quando o protagonista explicita,  
no ato 82 (Figura 1), que acredita que seu estilo de vida, baseado em vagar pelo Japão e proteger  
aqueles ao seu redor, é uma forma de se redimir por seus erros e crimes do passado. Ou seja,  
por meio da fala da personagem, o narrador apresenta que a visão dessa sobre si mesma é a de  
que ela é um criminoso que, por mais que ajude os demais, continuará sendo assim até o final  
da vida.  
2 Em vez de ser organizado por capítulos, este mangá é estruturado ao longo de um total de 255 atos.  
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Figura 1 Indício sutil da autodepreciação de Kenshin3  
Fonte: arquivo pessoal.  
Em um evento posterior da fábula, no ato 95 da história, esses indícios de desvalorização  
da própria vida são confirmados durante uma reflexão do protagonista acerca de sua vida até  
aquele momento. Nesse momento, em que há uma mudança do narrador externo para o narrador  
personagem Kenshin e que ocorre uma focalização da personagem em relação à importância da  
sua vida, essa afirma explicitamente que acredita ser inferior às outras pessoas devido aos seus  
crimes do passado (Figura 2).  
3
Por se tratar de um mangá, a leitura das falas e narrações deve ser realizada da direita para a esquerda, ao contrário do modelo ocidental  
tradicional.  
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Figura 2 Kenshin reflete sobre o valor de sua vida  
Fonte: arquivo pessoal.  
Ainda nesse mesmo ato, como consequência de um conflito na fábula, Kenshin chega à  
conclusão, com auxílio de seu mestre, de que também deve valorizar a própria vida (Figura 3).  
Após essa conclusão, o protagonista ainda passa por momentos de dúvida e excitação, até que,  
no último ato da história, aceita essa ideia por completo, ao afirmar-se contente mesmo ao  
abdicar de sua espada e passar a viver uma vida em família (Figura 4).  
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Figura 3 Momento de evolução da personagem  
Fonte: arquivo pessoal.  
Figura 4 Kenshin encerra sua evolução de personagem  
Fonte: arquivo pessoal.  
No caso de “Homem-Aranha”, ocorre uma evolução similar de personagem. Aqui, o  
protagonista também valoriza a vida de terceiros acima da própria, como é possível constatar a  
partir dos diversos momentos em que decide (ativamente ou acidentalmente) abrir mão de  
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algum interesse pessoal ou profissional para manter seus deveres como Homem-Aranha. Um  
exemplo nítido disso ocorre ainda na primeira temporada, quando o protagonista se esquece de  
um encontro que tinha com Mary Jane, seu interesse amoroso (Figura 5).  
Figura 5 Peter prejudica-se para continuar protegendo a vida de terceiros enquanto Homem-Aranha  
Fonte: Spider-Man: the animated series (temporada 1, episódio 4, frames 00:10:36, 00:10:52 e 00:10:53, 1994-  
1998).  
Uma diferença sutil aqui é que Peter Parker, tanto nesse caso quanto em muitos outros  
que ocorrem ao longo da fábula, cogita abrir mão de ser o Homem-Aranha em prol de sua vida  
pessoal, enquanto que, em “Rurouni Kenshin”, esse tipo de dúvida ocorre muito mais  
raramente. Entretanto, ressalta-se que Peter nunca faz isso de forma definitiva. Além disso,  
como ocorre ao final da história e da evolução da personagem, Peter eventualmente passa a  
valorizar a própria vida e felicidade enquanto reconhece que o Homem-Aranha faz parte disso  
(Figura 6).  
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Figura 6 Conclusão de evolução do protagonista  
Fonte: Spider-Man: the animated series (temporada 5, episódio 13, frames 00:19:30, 00:19:32 e 00:19:36, 1994-  
1998).  
Portanto, percebe-se que a evolução dos protagonistas dessas histórias apresenta uma  
lógica de complementariedade de valorização da vida. Dessa forma, essas personagens que,  
inicialmente, valorizavam apenas as vidas de terceiros em detrimento de suas próprias,  
encerram seus arcos valorizando a própria vida também.  
Tendo-se isso em vista, seria possível argumentar que talvez a intenção dos  
autores/diretores fosse a de utilizar essa valorização da vida de terceiros enquanto ponto de  
partida da evolução dos protagonistas, para se alcançar, posteriormente, um senso de  
completude quando essas evoluções fossem finalizadas com as personagens valorizando as suas  
próprias vidas. Isso faz ainda mais sentido quando se pensa que, conforme Comparato (2000,  
p. 128), “um grave erro na configuração de uma personagem é pretender que seja perfeita.”,  
pois uma construção assim não só não cativa o público consumidor, como também impossibilita  
qualquer evolução de personagem.  
No caso de “Rurouni Kenshin”, faz ainda mais sentido pensar nessa lógica de  
complementariedade da ideia de valorização da vida, já que impera na cultura japonesa, há  
séculos, uma lógica de valorização do coletivo sobre o pessoal, ou seja, os indivíduos são  
frequentemente ensinados a valorizar o bem-estar da sociedade e de seus colegas e conhecidos  
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mais do que a si mesmos (Goto-Jones, 2019). Isso traz alguns benefícios para a comunidade  
japonesa, como o desenvolvimento de ideias de trabalho de equipe e de cooperação desde a  
infância, mas também pode, por outro lado, desenvolver, em alguns casos, uma noção de  
desvalorização da própria vida (Henshall, 2004; Goto-Jones, 2019).  
Essa percepção ainda costuma vir acompanhada de transtornos mentais, como  
transtorno depressivo maior e síndrome de burnout, o que pode ser evidenciado pela alta taxa  
de suicídios do país no período estudado: por cinco anos consecutivos, de 1998 a 2002, houve  
mais de 30 mil suicídios por ano (Henshall, 2004; American Psychiatric Association, 2013).  
Comparativamente falando, no Brasil, em 2022, em termos percentuais, o registro de suicídios  
corresponde a menos da metade do que esse ocorrido no Japão da virada do milênio (Fórum  
Brasileiro de Segurança Pública, 2023).  
Dessa maneira, é possível argumentar que “Rurouni Kenshin” constitui-se enquanto  
uma espécie de obra de resistência frente a essa lógica da sociedade japonesa, ou seja, como  
um produto que visa a desafiar a identidade cultural operante. Essa linha de raciocínio ainda  
ganha força quando se recorda que esse funcionamento filosófico-questionador, que confronta  
as suposições normativas da ordem social vigente, é comum em obras ficcionais de fantasia,  
gênero do qual “Rurouni Kenshin” faz parte (Jackson, 1981).  
Já no caso de “Homem-Aranha”, essa complementariedade entre valorização da vida  
dos outros e da própria pode ter surgido não de uma lógica constitutiva da sociedade4, mas sim  
enquanto forma de refletir melhor o contexto estadunidense da segunda metade da década de  
1990: apesar da década ter iniciado com recessão econômica, crises políticas e guerras, a partir  
do governo Bill Clinton, houve melhorias econômicas e sociais significativas, com políticas  
que satisfaziam demandas de trabalhadores e de defensores dos direitos civis (Anchor, [s.d]).  
Dentre essas mudanças, alguns exemplos foram a eliminação de restrições ligadas à realização  
de aborto, o término da obrigatoriedade de exposição da orientação sexual entre militares e a  
queda do desemprego de 7,4%, em 1992, para 3,9% em 2000 (Anchor, [s.d]).  
Dessa forma, ao passo que o país vivia um momento mais conturbado no início da  
década, o cenário já era quase oposto quando o seriado de televisão foi encerrado em 1998. Isso  
possibilita a argumentação de que, em vez de estar criticando a ordem social vigente, como  
“Rurouni Kenshin”, “Homem-Aranha” talvez estivesse refletindo os valores sociais  
estadunidenses do período, apesar de estar abordando a mesma lógica de complementariedade  
de valorização da vida.  
4 Carpenter (2016) aponta que a cultura pop, além de servir enquanto um espelho que reflete os valores da sociedade, também possui um valor  
constitutivo, ou seja, de moldar a opinião pública e as visões de mundo da audiência.  
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Por fim, um outro ponto em comum entre os protagonistas é o de que suas evoluções,  
especialmente no que tange à ideia de complementariedade da valorização da vida, dependem  
fortemente de suas interações e vínculos sociais. Em “Rurouni Kenshin”, por exemplo,  
conforme demonstrado anteriormente (Figuras 3 e 4), em diversas ocasiões, Kenshin só  
consegue sobreviver e evoluir enquanto personagem graças à relação que tem com seu mestre,  
seus amigos e sua família. De forma similar, em “Homem-Aranha”, o protagonista passa por  
diversas situações em que precisa cooperar e receber ajuda, como ocorre com os X-Men (Figura  
7). Assim, foi a partir do acúmulo de experiências como essa que ocorreu a evolução da  
personagem, que culmina na valorização da própria vida por Peter Parker (Figura 6 apresentada  
anteriormente).  
Figura 7 Ajuda dos X-Men  
Fonte: Spider-Man: the animated series (temporada 2, episódio 5, frames 00:19:40, 00:19:56 e 00:20:00, 1994-  
1998).  
Tendo-se isso em vista, é interessante de se notar tal similaridade, especialmente  
considerando-se as diferenças culturais envolvidas nesse aspecto, já que a cultura estadunidense  
é marcada por um pensamento mais individualista, enquanto a cultura japonesa é caracterizada  
pela valorização do coletivo em detrimento do indivíduo (Motta, 1996). A partir disso, é  
possível pensar que, quanto à sua função enquanto elemento da cultura pop, no que tange à  
importância das relações sociais para a valorização da vida, ocorre um funcionamento oposto  
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ao que se viu anteriormente. Em “Rurouni Kenshin”, nesse aspecto específico, a obra atua como  
um espelho da sociedade japonesa, mostrando que, por mais que o autor possa estar criticando  
a lógica de valorizar a vida dos outros sobre a própria, ele ainda reconhece a importância do  
coletivo para o desenvolvimento e o bem-estar individuais. Já em “Homem-Aranha”, nota-se  
uma tendência mais subversiva da ordem vigente, ou seja, o diretor tenta mostrar, a um público  
mais individualista, a importância da cooperação e das relações sociais para a valorização da  
própria vida.  
CONSIDERAÇÕES FINAIS  
Este trabalho visou a analisar a forma como foi apresentada a temática da valorização  
da vida no mangá “Rurouni Kenshin” e na animação “Homem-Aranha”, ambos da década de  
1990, para melhor entender suas relações com as culturas japonesa e estadunidense desse  
período. Para isso, pautando-se nos conceitos da narratologia, foram traçados comparações e  
paralelos, tanto entre as evoluções das protagonistas dessas séries, quanto entre essas narrativas  
e os contextos culturais que as originaram.  
A partir disso, constatou-se que ambas as séries estruturaram-se objetivando que o  
protagonista adquirisse uma noção da complementariedade da ideia de valorização da vida: no  
início das séries, as personagens valorizavam apenas a vida de terceiros, ao passo que, ao final,  
valorizavam também as suas próprias. Essa percepção ainda ganha força ao se considerar que,  
quando essa questão é focalizada no final de ambas as fábulas, as duas personagens afirmaram  
sentirem-se felizes.  
Também se percebeu que, nessas evoluções de personagem, os vínculos sociais e a  
cooperação foram essenciais para que os protagonistas chegassem à conclusão mencionada, o  
que sugere uma importância dos laços sociais para a felicidade do indivíduo na perspectiva dos  
autores e diretores. Quanto às funções das narrativas enquanto elementos de cultura pop nas  
culturas japonesa e estadunidense, expôs-se que ambas possuíram tanto uma função constitutiva  
e subversiva quanto uma função reflexiva dessas sociedades, servindo tanto para formação de  
opinião quanto para reflexo dos ideais já presentes nessas comunidades.  
No que tange a sugestões para trabalhos futuros relacionados, uma possibilidade seria a  
de traçar comparativos entre os efeitos causados na cultura japonesa pelo mangá da década de  
1990 e pela nova animação seriada de Rurouni Kenshin, que começou a ser lançada no Japão  
em 2023, para melhor compreender como a sociedade japonesa avançou ao longo desse  
período. Outro estudo possível seria a realização de uma revisão sistemática da literatura acerca  
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de como evoluiu a discussão sobre valorização da vida ao longo dos últimos 30 anos, tendo-se  
em vista o aumento do acesso à informação sobre saúde mental ocasionado pelo advento da  
internet (Montenegro, 2009).  
Por fim, no contexto dos estudos literários, acredita-se que esse trabalho também sirva  
para o enriquecimento da discussão acerca das obras abordadas e da importância de se estudar  
a cultura pop, ideia que ainda enfrenta certa discriminação no contexto acadêmico (Olesker,  
2020). Ademais, acredita-se que esse trabalho também possa contribuir para outros estudos  
comparados que envolvam adaptações mais atuais das mesmas obras ou para pesquisas  
relacionadas às culturas japonesa e estadunidense.  
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