Revista Coletivo Cine-Fórum | v. 3 - n. 1 | jan-abr | 2025 | ISSN: 2966-0513 | DOI: 10.63418/rccf.v3i1.70
Submetido em: 15/01/2025 ◦ Aceito em: 06/02/2025
Amanda Maria de Sobral
Gomes
Mestranda do Programa de
Pós-Graduação em
RACISMO E MISOGINIA NA COMUNIDADE COSPLAY: ANÁLISE
INTERSECCIONAL DE COMENTÁRIOS NO CANAL MAGIC
PHYRA
Comunicação Social da
Universidade Federal de
Minas Gerais, pela linha de
pesquisa Processos
Comunicativos e Práticas
Sociais. Graduada em
Jornalismo pela mesma
instituição. Integra o Grupo
de Pesquisa em
Comunicação, Raça e
Gênero (CORAGEM) da
UFMG, liderado pela
professora doutora Laura
Guimarães Corrêa, e pelo
professor doutor Pablo
Moreno Fernandes Viana.
Pesquisa questões
RESUMO
O trabalho utiliza da intersecção de raça e gênero para analisar os comentários no vídeo
MEU EXPOSED (e o preconceito na comunidade cosplay) da influenciadora digital negra,
Magic Phyra. O objetivo é observar como violências interseccionais ocorrem em espaços
digitais e físicos dedicados à comunidade cosplay, quais são os impactos e o enfrentamento
e permanência ou não de pessoas que gostam da prática. Como referencial teórico, é
acionado os conceitos de culturas, representação, estereótipo, imagens de controle,
interseccionalidade, cultura de fãs, bem como a sua problematização. Como metodologia,
foi analisado o conteúdo do vídeo de Magic, bem como os 90 comentários públicos dos
vídeos. Foram criadas seis categorias de análise, focando em percepções de preconceito,
racismo, misoginia e sexismo, clareamento de pele, desencorajamento e autoaceitação de
cosplayers ou de pessoas que desejam iniciar ou voltar para a prática. Como resultados, as
violências interseccionais são os principais fatores que afastam ou desencorajam a
participação na comunidade. Muitas pessoas negras afirmaram clarear a pele com
maquiagem e edição de fotos, perder peso e fazer cirurgias para se encaixar nas expectativas
do padrão de personagens. A baixa representatividade negra no audiovisual limita as
escolhas das pessoas negras, as fazendo se sentirem inseguras na hora de interpretar
personagens brancos ou amarelos. Entretanto, com a influência digital, está sendo comum
encontrar pessoas negras cosplayers, servindo de inspiração para outras, como é o caso de
Magic Phyra, que enfatiza sobre a autoaceitação, adaptação do cosplay a seus corpos e de
que a prática deve ser divertida e prazerosa para todas as pessoas.
relacionadas a gênero e
raça dentro da subcultura
gótica, através de mídias
digitais.
Palavras-chave: Cosplay. Cultura de Fãs. Interseccionalidade. Misoginia. Racismo.
RACISM AND MISOGYNY IN THE COSPLAY COMMUNITY:
INTERSECTIONAL ANALYSIS OF COMMENTS ON THE MAGIC
PHYRA CHANNEL
ABSTRACT
This paper uses the intersection of race and gender to analyze the comments on the video
MY EXPOSED (and prejudice in the cosplay community) by the Black digital influencer
Magic Phyra. The aim is to observe how intersectional violence occurs in digital and physical
spaces dedicated to the cosplay community, what the impacts are, how people who enjoy the
practice cope with it, and whether they stay. As a theoretical framework, the concepts of
cultures, representation, stereotypes, images of control, intersectionality, fan culture, and
their problematization are used. As a methodology, the content of the Magic Phyras’s video
was analyzed, as well as the 90 public comments on the videos. Six categories of analysis
were created, focusing on perceptions of prejudice, racism, misogyny and sexism, skin
bleaching, discouragement, and self-acceptance of cosplayers or people who want to start or
return to the practice. As a result, intersectional violence is the main factor driving away or
discouraging participation in the community. Many black people said they lightened their
skin with make-up and photo editing, lost weight, and had surgery to fit in with the
expectations of the standard characters. The low level of black representation in audiovisual
media limits black people's choices, making them feel insecure when it comes to playing
white or yellow characters. However, with digital influence, it's becoming common to find
black cosplayers who inspire others, such as Magic Phyra, who emphasizes self-acceptance,
adapting cosplay to their bodies, and that the practice should be enjoyable for everyone.
Este artigo passou por
avaliação por pares cega e
software anti-plágio.
LICENÇA ATRIBUIÇÃO NÃO
COMERCIAL 4.0 INTERNACIONAL
CREATIVE COMMONS – CC BY-NC
Keywords: Cosplay. Fan culture. Intersectionality. Misogyny. Racism.