a esses dois cenários, o e-learning tem, então, a sua fundamentação em abordagens
construtivistas e colaborativas, não se resumindo a questões de acesso ou tecnologias, mas antes
em criar comunidades de aprendizagem, engajamento e colaboração, independentemente de
tempo e espaço (Garrison, 2011). Assim, uma grande contribuição do e-learning, em qualquer
geração educativa que esteja sendo abordada, é possibilitar a interação e a independência,
aspectos defendidos por Anderson (2003) e Wedemeyer (2010), respectivamente, que não se
excluem, mas se complementam nas comunidades criadas. Assim, construir ambientes de
aprendizagem baseados em e-learning pressupõe a comunicação bidirecional (Downes, 2005).
Contudo, essa bidirecionalidade - tida como uma impossibilidade anteriormente na Web
1.0 - teve seus desafios com a evolução da internet. No início do século XXI, com ela já
popularizada no mundo todo, a comunicação e a interação em rede demandavam mais
flexibilidade e possibilidade de controle por parte do usuário (Garrison, 2011). Essas mudanças,
que tornaram a web mais interativa, foram anunciadas sob a designação de Web 2.0, uma
internet agora dotada de serviços distribuídos com ênfase no usuário, permitindo a sua
personalização, participação e comunicação bidirecional, tanto em modo síncrono quanto
assíncrono (Mota, 2009a).
O'Reilly (2005) define a Web 2.0 como um grande conjunto interligado de sites, sendo
a web a grande plataforma que possibilita diversas práticas entre essas páginas. O principal
objetivo é potencializar ao máximo o poder da inteligência coletiva para a criação das redes (os
blogs são um exemplo recorrente de ferramenta utilizada para esse fim). Outra questão
importante considerada, ainda de acordo com o autor, foi a propriedade dos dados, já que a Web
2.0 aumentou a produção de conteúdo e demandou reflexões quanto a esses aspectos. Do ponto
de vista técnico, padrões e modelos de software mais leves, baseados em serviços e na web (em
oposição aos instaláveis antes predominantes), possibilitaram avanços e popularizações mais
rápidos, já que um software não precisava estar intimamente ligado a um determinado
dispositivo ou sistema operacional. Tais características são apenas algumas que demonstram
como a Web 2.0 objetiva tornar mais rica a experiência do usuário.
Além disso, o que Caribé (2019) demonstra, numa linha evolutiva muito bem
desenvolvida do ponto de vista tecnológico, é a característica essencial da internet, tal qual ela
se apresenta hoje, que permite essa velocidade: a comunicação assíncrona. Em tempos de
internet discada e comunicação puramente síncrona, seria impossível utilizar simples
aplicativos utilizados hoje (Instagram, Facebook, Google Maps, Uber, jogos, chamadas de
vídeo interativas, metaversos, etc.). Tecnologias como o AJAX (Asynchronous Javascript and
100
Revista Coletivo Cine-Fórum – RECOCINE | v. 2 - n. 1 | jan-abr | 2024 | ISSN: 2966-0513 | Goiânia, Goiás