Revista Coletivo Cine-Fórum | v. 3 - n. 1 | jan-abr | 2025 | ISSN: 2966-0513 | DOI: 10.63418/rccf.v3i1.87  
Submetido em: 28/03/2025 Aceito em: 25/04/2025  
Victor Finkler Lachowski  
CULTURA E COMUNICAÇÃO EM HORKHEIMER:  
Doutorando em  
APROXIMAÇÕES E DISTANCIAMENTOS DE MARX & ENGELS  
Comunicação pelo  
(PPGCOM-UFPR); Mestre  
em Comunicação  
(PPGCOM-UFPR);  
Bacharel em Publicidade  
Propaganda (UFPR).  
Membro do grupo de  
pesquisa NEFICS - Núcleo  
de Estudos de Ficção  
Seriada e  
Audiovisualidades  
(UFPR/PPGCOM-  
UFPR/CNPq). Sócio da  
Sociedade Brasileira de  
Estudos de Cinema e  
Audiovisual (SOCINE).  
Bolsista CAPES-DS.  
Escritor, Roteirista e  
Redator. Apresentador do  
Massacre Podcast,  
RESUMO  
Esta pesquisa realiza uma investigação bibliográfica de obras de Karl Marx, Friedrich Engels  
e Max Horkheimer e autores que abordaram as temáticas desses três para explicar certos  
aspectos do desenvolvimento da Teoria Crítica do frankfurtiano enquanto abordagem teórica  
materialista histórico-dialética. Para isso, são explicados os conceitos de materialismo  
histórico-dialético, dialética, luta de classes, totalidade/estrutura, modo de produção e  
ideologia no pensamento de Marx e Engels e como Horkheimer interpretou e reinterpretou  
ambos para sua contemporaneidade e necessidades sociofilosóficas. A partir disso, a seção  
seguinte inicia com uma complementação sobre a interpretação de Horkheimer do conceito  
de ideologia no pós-Segunda Guerra (anos 1950), no qual a função transcendental da  
ideologia é substituída por um realismo naturalizante. Com essas considerações, apontam-  
se as reflexões e observações dos três autores sobre a formação da cultura na constituição  
material e histórica da sociedade, bem como os conflitos e contradições nas quais as  
produções culturais estão inseridas numa sociedade de classes do modo de produção  
capitalista em seu estágio tardio e com a consolidação da Indústria Cultural. Os produtos  
culturais de consumo massivo (cinema, revistas, jornais ilustrados, rádio, televisão) e a  
propaganda (enquanto elixir da vida da Indústria Cultural) são debatidos pelo viés crítico  
com as contribuições de Adorno, revelando ideias de Horkheimer presente em Dialética do  
Esclarecimento que já haviam sido publicadas anteriormente. Assim, desponta um cenário  
para discutir a relevância dos pensadores ao observarem sobretudo a ideologia a  
comunicação, mais especificamente os meios de comunicação e seus produtos, dentro das  
dinâmicas ideológicas e disputas de classe da sociedade capitalista.  
Palavras-chave: Teoria Crítica; Materialismo Histórico-Dialético; Cultura; Comunicação;  
dedicado a cultura de  
horror.  
Horkheimer.  
CULTURE AND COMMUNICATION IN HORKHEIMER:  
APPROXIMATIONS AND DISTANCES OF MARX & ENGELS  
ABSTRACT  
This research carries out a bibliographical investigation of works by Karl Marx, Friedrich  
Engels and Max Horkheimer and authors who addressed the themes of these three to explain  
certain aspects of the development of the Frankfurtian Critical Theory as a historical-  
dialectical materialist theoretical approach. To this end, the concepts of historical-dialectical  
materialism, dialectics, class struggle, totality/structure, mode of production and ideology in  
the thought of Marx and Engels are explained and how Horkheimer interpreted and  
reinterpreted both for his contemporaneity and sociophilosophical needs. From this, the  
following section begins with a complement on Horkheimer's interpretation of the concept  
of ideology in the post-Second World War period (1950s), in which the transcendental  
function of ideology is replaced by a naturalizing realism. These considerations highlight  
the reflections and observations of the three authors on the formation of culture in the  
material and historical constitution of society, as well as the conflicts and contradictions in  
which cultural productions are inserted in a class society of the capitalist mode of production  
in its late stage and with the consolidation of the Cultural Industry. Cultural products of mass  
consumption (cinema, magazines, illustrated newspapers, radio, television) and advertising  
(as the elixir of life of the Cultural Industry) are debated from a critical perspective with the  
contributions of Adorno, revealing ideas of Horkheimer present in Dialectic of  
Enlightenment that had already been published previously. Thus, a scenario emerges to  
discuss the relevance of thinkers when observing above all the ideology of communication,  
more specifically the media and their products, within the ideological dynamics and class  
disputes of capitalist society.  
Este artigo passou por  
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Keywords: Critical Theory; Historical-Dialectical Materialism; Culture; Communication;  
Horkheimer.  
REVISTA COLETIVO CINE -FÓRUM  
INTRODUÇÃO  
A Teoria Crítica de Max Horkheimer por vezes é erroneamente resumida a um  
mero marxismo heterodoxo. Dessa maneira, este artigo busca vincular o pensar  
Marxiano/Engelsiano com o Horkheimeriano para compreendermos o espaço de sua  
abordagem teórica crítica enquanto contribuição do e para o marxismo, direcionando  
tais achados para os estudos em comunicação, mais especificamente nas manifestações  
e produções culturais dentro do capitalismo tardio.  
Com esses objetivos, esta pesquisa analisa parte da produção bibliográfica de  
Max Horkheimer, figura importante na constituição da Teoria Crítica e um dos  
primeiros diretores do Instituto de Pesquisa Social, popularmente conhecido como  
“Escola de Frankfurt”, para colocá-lo em diálogo, comparativo e complementar, aos  
autores base da constituição do materialismo em sua forma histórica e dialética: Karl  
Marx e Friedrich Engels.  
Assim, a Teoria Crítica Frankfurtiana é aqui tomada não como um  
desenvolvimento teórico específico, mas um fazer teórico de orientação e confusão  
para a chamada Escola de Frankfurt, concentrando-se no fazer teórico  
operacionalizado nas perspectivas de Max Horkheimer.  
TEORIA CRÍTICA E O MATERIALISMO HISTÓRICO-DIALÉTICO  
Susan Buck-Morss, em “The origin of negative dialectics: Theodor W. Adorno, Walter  
Benjamin, And The Frankfurt Institute”, aponta a Teoria Crítica Frankfurtiana, em sua  
perspectiva, não como uma filosofia totalmente articulada que os membros do  
Instituto aplicaram de forma idêntica. Sendo muito mais um conjunto de suposições  
compartilhadas entre eles e distinguiam sua abordagem da teoria burguesa ou  
“tradicional”, a metodologia de membros individuais podia variar e variou. Com isso,  
o termo refere-se geralmente à orientação teórica do Instituto durante os trinta e  
poucos anos de direção de Max Horkheimer.  
Para apresentar de maneira didática a denominada Teoria Crítica de Horkheimer,  
enquanto uma abordagem teórica materialista histórico-dialética, é essencial  
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relembrar os vínculos que essas possuem em seus objetivos enquanto formas de  
investigação empírica da realidade material. O materialismo dialético, como explica  
Friedrich Engels em “Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico”, começa na  
libertação realizada por Hegel da concepção da história, incrementando a dialética  
como ferramenta reflexiva. A interpretação idealista da história, com Marx, é  
“substituída por uma concepção materialista da história, com o que se abria o caminho  
para explicar a consciência do homem por sua existência, e não esta por sua  
consciência, que era até então o tradicional” (p. 51).  
Em sua coletânea “Teoria Crítica: uma documentação - Tomo I”, Horkheimer  
demonstra como seu pensar remete às mesmas críticas à metafísica, idealismo e  
materialismos tidos como insuficientes para uma análise da realidade. Porém, ele  
também considerou o racionalismo, o irracionalismo e o cartesianismo em sua crítica,  
ao demonstrar como “tanto os cartesianos quanto os empiristas concediam que o ato  
de pensar podia significar a expressão da atitude de camadas burguesas esclarecidas  
que desejavam manter todas as questões vitais sob seu próprio controle” (p. 97).  
O projeto da Teoria Crítica, vista em sua amplitude, implica nesse lançar-se sobre  
a interdisciplinaridade crítica por, explica Bassani, pretender ser uma teoria geral da  
sociedade que também busca a compreensão do material, apontando crises sociais e  
transições históricas. Para isso, Horkheimer propõe um materialismo histórico-  
dialético com imanência de postura, dinamismo e flexibilidade para contornar e  
criticar outras abordagens, uma prática que evita dogmatismos, e assim ser uma  
abordagem  
que incorpora as contribuições das demais tradições teóricas com o  
intento de tornar-se mais complexa e abrangente, isto é, utilizar-se de  
todas as ferramentas para conhecer a realidade social de forma mais  
profunda e, de mesma monta, realizar o mesmo para superar as  
injustiças sociais. Por isso, o materialismo de Horkheimer é um projeto  
aberto (Bassani, 2014, p. 88).  
Na postura crítica, o teórico é concebido como parte da realidade social,  
apontando os obstáculos e as possibilidades para emancipação presentes de maneira  
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imanente na realidade social material e revelados pela crítica imanente em sua  
materialidade.  
O materialismo, como nos lembram Engels em “O Fim da Filosofia Clássica  
Alemã” e Marx em “A Ideologia Alemã”, parte da argumentação que a matéria não é um  
produto do Espírito (Geist), ou seja, da consciência, mas sim que o Espírito é produto  
da matéria. Ao considerarmos a sociedade humana nessa lógica, com a coletividade  
social tendo sua história de desenvolvimento, bem como a ciência, a partir de uma  
perspectiva materialista, podemos compreender como as ideias das ciências e  
filosofias são concebidas e reconstruir sua trajetória.  
Em seu ensaio “Teoria Tradicional e Teoria Crítica”, Horkheimer ressalta a  
concepção materialista como possibilita para estudar a consciência humana, suas  
teorias, métodos e ideias, a partir de como a sociedade é fundamentada pelo trabalho  
social. Os caráteres de classes são impressos em todos os aspectos do existir humano  
inclusive na teoria , dado que o conhecimento não é compreendido como processo  
autônomo, mas como resultado da dialética das dinâmicas sociais, além de estar  
igualmente inserido em seus conflitos.  
A dialética materialista, na filosofia marxiana e engelsiana, constitui uma  
ferramenta para conceber a realidade social humana como formada por contradições  
e conflitos, em constante movimento e transformação. Inspirado por tal abordagem,  
Horkheimer também se volta para a mediação na centralidade de seu pensamento a  
respeito da dialética, uma vez que ela tornaria possível compreender o estado de  
perpétuo Aufhebung de uma faceta social investigada, nunca considerando-a final,  
completa, mas em seu eterno devir (Jay, 2008). Essa dialética relativiza as diferentes  
definições isoladas entre sujeito e objeto, de modo a ressignificá-la, com a análise  
revelando as contradições entre essas percepções e o conceito objeto em si (Bassani,  
2014).  
A Teoria Crítica atua como uma teoria de mudança social e como teoria do  
conflito social através da dialética, uma vez que as análises realizadas pela crítica  
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imanente revelam como as cisões e conflitos da realidade social são resultados dessas  
próprias condições e conflitos em que a materialidade da realidade social se encontra,  
cujo motor da mudança histórica de tais situações é a ação social que o indivíduo  
pratica com referência nas lutas sociais (Bassani, 2014).  
Como elucida Neto, em “O esclarecimento tardio”, aos olhos de Horkheimer, o  
procedimento metodológico de Marx, aplicado à economia política, é orientado por  
um sentido materialista e dialético. Horkheimer aprimora essa abordagem através de  
uma articulação dialética entre entendimento, razão, ciências sociais e filosofia.  
Podemos averiguar a influência que o materialismo marxista, em sua forma histórica  
e dialética, possui ao partir da tese que  
a produção, e com ela a troca dos produtos, é a base de toda a ordem  
social; de que em todas as sociedades que desfilam pela história, a  
distribuição dos produtos, e juntamente com ela a divisão social dos  
homens em classes ou camadas, é determinada pelo que a sociedade  
produz e como produz o pelo modo de trocar os seus produtos (Engels,  
1999, p. 54).  
Como conclui Marx, em “Contribuição à Crítica da Economia Política”,  
A totalidade dessas relações de produção constitui a estrutura  
econômica da sociedade, a base real sobre a qual se eleva uma  
superestrutura jurídica e política e à qual correspondem formas sociais  
determinadas de consciência. O modo de produção da vida condiciona  
o processo de vida social, política e intelectual (2008, p. 47).  
Seguindo essa estruturação materialista, Horkheimer, em “Teoria Crítica”,  
entende que transformações sociais, guerras, revoluções, inovações científicas, teorias,  
episteme e todas as outras características da existência coletiva humana, não são frutos  
das ideias, mas sim das transformações operadas no modo de produção e de troca.  
Essas decorrências transformadoras da infraestrutura da sociedade alteram as  
condições culturais e a realidade social, fundamentando as estruturas das bases  
materiais, sendo assim observáveis pelo materialismo histórico-dialético.  
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O modo de produção, em boa parte do mundo na modernidade, é o centrado  
no capital, com a divisão de classes entre burguesia e proletariado determinando as  
relações de produção e as futuras transformações do capitalismo. Horkheimer, em  
Filosofia e Teoria Crítica”, reivindica essa pontuação para deixar claro que a existência  
da sociedade se baseia nessa oposição direta entre dominantes e dominados e que o  
modo de produção capitalista ou modo burguês de economia é aquele no qual  
as atividades da sociedade são cegas e concretas, enquanto as atividades do indivíduo  
são abstratas e conscientes.  
A teoria crítica da sociedade, segundo Horkheimer, tem como objeto os humanos  
enquanto produtores de todas as suas formas históricas de vida. Elementos como a  
divisão social do trabalho, as relações de produção, a exploração do trabalho e as  
ciências que até então não inseriam as relações de poder e dominação nas classes  
atuantes da sociedade , são incluídos na investigação teórica crítica, que utiliza a  
dialética para evidenciar as contradições entre conceitos predeterminados e a práxis  
social.  
A divisão de classes será assim a contradição base para o materialismo  
histórico-dialético e para a Teoria Crítica. Contudo, Horkheimer adere a uma  
perspectiva de emancipação da “humanidade”, humanista, um englobamento mais  
generalista, ao invés de se concentrar nas questões de classe propriamente (locais nos  
meios e relações de produção - como fizeram Marx e Engels).  
Na leitura de classes de Marx e Engels, a luta que surge das relações de  
produção e de troca de uma determinada época e local determinam assim qual será a  
luta de classes de um período histórico. Essa separação, que resulta na posse de boa  
parte da propriedade e recursos disponíveis nas mãos da classe dominante, gera a  
superestrutura integrada pelas instituições jurídicas e políticas, bem como pela  
“ideologia religiosa, filosófica, etc., de cada período histórico” (Engels, 1999, p. 50-51).  
Como explicado no conhecido trecho do “Manifesto Comunista”:  
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[...] em suma, opressores e oprimidos, estiveram em constante  
oposição uns aos outros, travaram uma luta ininterrupta, ora oculta  
ora aberta, uma luta que de cada vez acabou por uma reconfiguração  
revolucionária de toda a sociedade ou pelo declínio comum das classes  
em luta (Marx; Engels, 2005, p. 40).  
Com economia e política sendo intrinsecamente conectados na materialidade  
humana e sua divisão de classes, Karl Marx, em sua “Crítica da Filosofia do Direito de  
Hegel”, estipula que as funções e atividades do Estado estão atreladas aos modos de  
existência e de atividade das qualidades sociais do homem. A soberania, neste texto  
centrada na figura do monarca, acima de tudo e todos, faz o que deseja em relação aos  
homens comuns. Com o uso da terminologia derivada de Hegel, Marx considera a  
classe de si e para si como uma configuração de validade dos interesses específicos da  
classe dominante.  
Horkheimer, em “Sobre a sociologia das relações de classe”, remete a essa lógica  
argumentativa ao apontar como, para a teoria materialista, o poder social é fundado  
no monopólio dos meios de produção. Tal propriedade jurídica é expressa de maneira  
ideológica no fato de uma minoria ocupar uma posição que assegura a exclusão do  
restante da sociedade do “uso livre da terra e de outros instrumentos necessários à  
manutenção da vida social em alguma escala” (2021, p. 141).  
Quando Marx e Engels denunciam no “Manifesto Comunista” como os interesses  
desenvolvidos na sociedade moderna são os da burguesia, que busca “revolucionar  
permanentemente os instrumentos de produção, portanto as relações de produção,  
portanto as relações sociais todas” (p. 43); obtemos os resultados das transformações  
sociais causadas pela burguesia: a centralização da população e dos meios de produção  
em grandes metrópoles, bem como a concentração da propriedade em poucos  
indivíduos; em suma, a massificação da sociedade.  
Essa dominação baseada na profunda alteração do corpo social depende da  
estrutura social e vice-versa, por isso Horkheimer, em “As Origens da Filosofia Burguesa  
na História”, considera que todas as relações humanas estão baseadas em  
transformação e, conforme as condições humanas mudam, novas formas de  
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exploração surgem, também na esfera espiritual, como nos conceitos das ciências,  
artes, metafísica e religião. O texto de Horkheimer é uma crítica à ideologia ao  
argumentar que o resultado final dessa é a manutenção da ordem social, bem como de  
todas as suas formas sociais de injustiça.  
Marx denunciava como, no modelo de produção capitalista, a identidade do  
interesse estatal corresponde ao interesse específico de poucos indivíduos da  
burguesia — e o Estado se mostra um meio para atender “um fim privado particular,  
contraposto aos demais fins privados” (Marx, 2010, p. 67). Justifica-se assim a crítica  
de Horkheimer não só ao capitalismo, mas como as ciências que investigam as relações  
humanas ao longo da história.  
Como é demonstrado que a organização social não corresponde ao interesse de  
todos, mas está intrinsecamente ligada ao trabalho humano e as divisões de classe  
surgidas nas relações de produção, fica nítido que a complexidades das sociedades  
humanas beneficiam a classe dominante no caso do capitalismo, a burguesia em  
detrimento da classe diretamente produtiva o proletariado. A burguesia gera assim,  
como descrevem Friedrich Engels e Karl Kautsky, em “O Socialismo Jurídico”, sua  
própria antípoda. A concepção materialista da história de Marx serve, segundo os  
autores, para conscientizar a classe trabalhadora de sua posição de explorada,  
determinada pelas suas condições econômicas de vida dentro dos modos e relações de  
produção.  
Ao criticar as bases da atual sociedade, com foco na economia como centro das  
demais, a Teoria Crítica “intenciona emancipar o homem de uma situação  
escravizadora” (Horkheimer, 1980b, 165). Como explica Nogare, em “O Marxismo é um  
humanismo?”, essa concepção de classes versus ou correlata ao humanismo, deriva da  
noção que autores como Marx consideram humanista a práxis que atribui ao ser  
humano o valor de fim à sua realização na sociedade e na história. Dessa forma, tudo  
deve estar subordinado ao homem, individual e socialmente, e ele nunca deve ser  
tratado como meio ou instrumento para algo ou alguém fora de si.  
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Nesse sentido, Martin Jay argumenta em “A imaginação dialética” como as  
percepções de Marx e Engels diferem daquela de Horkheimer no que diz respeito à  
maneira de se emancipar o ser humano. Marx e Engels concebiam a classe trabalhadora  
como catalisadora da mudança social, enquanto Horkheimer percebe no proletariado  
tendências conformistas (ideológicas) que necessitam de tensões com a classe  
intelectual para serem combatidas.  
Com isso, entramos em outra categoria importante para o marxismo como um  
todo: a ideologia. Marx e Engels, em “A Ideologia Alemã”, definem a ideologia da  
seguinte maneira: “as ideias da classe dominante são, em cada época, as ideias  
dominantes, isto é, a classe que é a força material dominante da sociedade é, ao mesmo  
tempo, sua força espiritual dominante” (2007, p. 47). A ideologia possui também o  
objetivo de submeter essas ideias para os que não possuem os meios de produção  
material e espiritual a classe dominada. A consciência humana é concebida como  
“produto social”, consciência sendo um meio sensível em interdependência limitada  
com os demais indivíduos e coisas fora do indivíduo (2007, p. 35).  
Segundo Horkheimer, conceitos abstratos como a metafísica, o idealismo e o  
racionalismo são aproveitáveis para constituir a imagem de um objeto vivo: a  
realidade material, uma vez que os conceitos, teorias e pareceres são desenvolvidos  
“na disputa dos homens entre si e com a natureza” (1990, p. 116-117). Seguindo nessa  
ordem, Horkheimer declara que a ideologia produz as aparências e intervém  
implicitamente nos juízos filosóficos da sociedade humana, e devem ser  
compreendidas como atitudes de “grupos sociais provenientes da realidade social  
total” (1984, p. 14).  
Dessa forma, é constatado que a produção de ideias, assim como a produção  
material, é configurada pela divisão da sociedade em exploradores e explorados. A lei  
da divisão do trabalho é a “base da divisão da sociedade em classes” (Engels, 1999, p. 83)  
e se replica em todos os setores produtivos da sociedade, incluindo as ciências e as  
artes. Como observa Karl Marx em “O Capital - Crítica da Economia Política”, o que  
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caracteriza o domínio da propriedade dos meios e das relações de produção é mais-  
valia, a apropriação do trabalho do proletariado por parte do capitalista, com os  
fenômenos empíricos derivados desse modo de produção, como a alienação e o  
fetichismo, se traduzindo como fenômenos ideologicamente direcionados para a  
abstração do trabalho e a naturalização das relações sociais.  
Com essas constatações, Horkheimer em “Teoria Tradicional e Teoria Crítica”,  
considera toda atividade produtiva, inclusive a espiritual, como materialmente  
realizada e que, como toda prática humana, consiste em um trabalho social cujo caráter  
de classes está impresso, sendo essas mediações resultantes dessa totalidade, com  
essas interações mediadas entre superestrutura e subestrutura ocorrendo incessante e  
ininterruptamente.  
Para Horkheimer, a partir da análise crítica dos produtos da atividade humana,  
as contradições da ideologia da classe dominante e da práxis da realidade social são  
evidenciadas. Aspectos do credo da burguesia, como a troca justa e a livre  
concorrência, a harmonia dos interesses e o bem comum se manifestam na  
materialidade da práxis social em seus contrários: a monopolização e a inviabilidade  
do acesso aos produtos, a dominação da classe trabalhadora e o acúmulo de capital e  
da propriedade.  
Nota-se os pontos de vista da burguesia, expostos através das noções de  
concorrência e liberdade, que foram essenciais para seu desenvolvimento. A  
consciência da “exploração recíproca como relação universal de todos os indivíduos  
uns com os outros, foi, igualmente, um audacioso e nítido progresso, um  
esclarecimento profanador do atavio político, patriarcal, religioso e benevolente da  
exploração sob o feudalismo” (Marx; Engels, 2007, p. 396-397). Assim, as teorias da  
utilidade e da exploração se desenvolvem como clara ideologia em favor do  
desenvolvimento da burguesia.  
A partir da leitura material e histórica da consolidação do capitalismo e da  
burguesia, as mudanças nas formas de ciência e de saber vigente são questionadas,  
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pois é compreendido como conceitos estabelecidos podem ser e são ideologizados  
muitas vezes desde sua gênese. Isso é reiterado por Horkheimer ao afirmar que “o  
cientista e sua ciência estão atrelados ao aparelho social, suas realizações constituem  
um momento da autopreservação e da representação contínua do existente,  
independente daquilo que imaginam a respeito disso” (1980b, p. 123).  
Horkheimer, para além de Marx e Engels, utilizou sua Teoria Crítica enquanto  
não uma ferramenta que oferece um horizonte normativo ou prognose que oriente  
uma ação. O objeto é a realidade social, compreendê-la e revelar como se dão as  
relações entre os indivíduos e a sociedade em geral, sobretudo como tais relações são  
abstraídas e camufladas por ideias que negam os conflitos sociais e as formas sociais  
de dominação e exploração. Uma teoria de compreensão da história, do presente e dos  
conflitos com base na mediação realizada pela ideologia.  
A Teoria Crítica pode ser de tal maneira compreendida como uma metateoria e  
metacrítica, no sentido de não ser uma simples continuação do pensamento marxista,  
mas que irá se incorporar dessa noção essencial de compreender as ideias, teorias,  
conceitos, como produções advindas de uma realidade histórico-material. Em  
decorrência disso, a abordagem de Horkheimer, ao mesmo tempo que critica,  
incorpora outras teorias na elaboração de um modelo mais complexo e abrangente,  
moldado a partir e agregando-se das críticas realizadas às outras teorias. Nessa  
sistematização de abordagem, as concepções de: 1) processo histórico de formação, 2)  
crítica imanente, 3) história, 4) ação e tarefa e 5) verdade e ideologia, são essenciais  
para compreensão da Teoria Crítica na proposta Horkheiminiana (Bassani, 2014).  
Entende-se por condições materiais da vida os pressupostos reais nos quais  
fundamenta-se uma crítica imanente, pressupostos “constatáveis por via puramente  
empírica”, aos olhos de Marx (2007, p. 87), na qual a realidade conflituosa apresenta  
tanto sua negação quanto sua afirmação desse conflito entre opostos, com a superação  
em sua potencialidade estando escondida na realidade social. Assim, essas tarefas de  
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superação dialética que emergem de maneira imanente do real, do que veio a ser e seu  
devir, devem determinar o que a Teoria Crítica pretende a si mesma.  
A partir da visão da sociedade como totalidade formada por uma base material  
econômica, que visa sua manutenção como forma de asseguração da ordem social,  
suas contradições e injustiças, a Teoria Crítica se opõe a ordem social vigente, de como  
esta é organizada e como suas atividades e crenças são inseridas nessa ordem.  
PRODUÇÃO CULTURAL E OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO  
Antes de adentrar nos debates sobre produção cultural e os meios de  
comunicação em Marx, Engels e Horkheimer, é necessário expor a crítica deste último  
à alteração do papel da ideologia no contexto de sua obra, para assim discorrer sobre  
o tema.  
Está posto para Horkheimer o colapso da função transcendente da ideologia  
que alimentou o sentido da crítica à ideologia de Marx/Engels, amparada na diferença  
entre o que a sociedade realmente era o mundo do conflito de classes, da exploração  
capitalista e aquilo que a ideologia burguesa apresentava a realização do universal  
nos princípios abstratos da igualdade e da liberdade. A denúncia da falsidade desses  
universais, desde o “Manifesto Comunista”, funcionava como um trampolim para o  
futuro socialista - se encarregar de verdadeiramente transformar a realidade.  
Contudo Horkheimer observa uma mudança no papel da ideologia nos anos  
1950 (pós-Segunda Guerra - início da Guerra Fria). No capítulo sobre Ideologia no livro  
Temas Básicos da Sociologia”, Adorno e Horkheimer descrevem a ideologia naquele  
momento histórico como o estado de conscientização e não-conscientização das  
massas como espírito objetivo. Se a ideologia dá-se onde regem relações de poder que  
não são intrinsecamente transparentes, mediatas e, nesse sentido, até atenuadas, a  
sociedade teria se tornado demasiado transparente, resolvido como uma simples  
racionalização múltipla de situações de interesse, que encontra em todos os grupos  
sociais quantas ratificações se quiser. A crítica da ideologia converte-se na  
naturalização do mundo espiritual.  
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A ideologia no capitalismo tardio é caracterizada por Horkheimer e Adorno  
(1973, p. 200-202) pela ausência dessa autonomia e não pela simulação de uma pretensa  
autonomia. A crise da sociedade burguesa leva a crise do conceito tradicional de  
ideologia. Se a herança da ideologia for entendida como a totalidade dos produtos que  
enchem a consciência dos homens, isso se dá através de um conjunto de objetos  
confeccionados para atrair massas em sua condição de consumidoras  
A falsa consciência de hoje, socialmente condicionada, já não é  
espírito objetivo, nem mesmo no sentido de uma cega e anônima  
cristalização, com base no processo social; pelo contrário, trata-se de  
algo cientificamente adaptado à sociedade (Horkheimer, 1973, p.  
200).  
Sua crítica novamente lista produtos da indústria cultural, como cinema,  
revistas, jornais ilustrados, rádio, televisão, cujos elementos de composição das suas  
ideologias não são novos; sendo novidades as suas técnicas de difusão. Esses veículos  
de conteúdo ideológico de comunicação de massa exercem violência sobre o espírito  
humano, uma vez que a indústria cultural realiza a produção sintética da identificação  
com as normas e condições que regem anonimamente essa mesma indústria cultural e  
na qual as vozes discordantes são censuradas ou adestradas (Adorno; Horkheimer,  
1973, p. 202).  
Nessa leitura, conforme os bens culturais elaborados pela indústria cultural  
forem proporcionalmente ajustados aos humanos, mais estes se convencem de ter  
encontrados neles o mundo que lhes é próprio; por isso, no contexto dos autores, da  
ideologia só restava “o reconhecimento do que subsiste, um conjunto de modelos de  
comportamento adequados à hegemonia das condições vigentes” (Adorno;  
Horkheimer, 1973, p. 202).  
Por isso, no capitalismo tardio, o humano se adapta às condições dadas em  
nome do realismo e os indivíduos “sentem-se, desde o começo, peças de um jogo e  
ficam tranquilos” (Adorno; Horkheimer, 1973, p. 203). A ideologia pós crise da  
sociedade burguesa e dos Estados Nacionais já não garante coisas, apenas atesta que  
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as coisas são o que são, o pobre axioma de que não podem ser diferentes do que são:  
“A ideologia já não é um envoltório, mas a própria imagem ameaçadora do mundo.  
Não só pelas suas interligações com a propaganda, mas também pela sua própria  
configuração, converte-se em terror” (Adorno; Horkheimer, 1973, p. 203). Assim, a  
ideologia e a realidade correm uma para a outra, porque a realidade dada, na falta de  
outra ideologia mais convincente, converte-se em ideologia de si mesma.  
O debate de Marx e Engels sobre o papel dos meios de comunicação e a  
produção ideológica, devido a seus contextos históricos, é outra. Na coletânea “Sobre  
Literatura e Arte”, os autores abordam a comunicação, e explicam que a união dos  
trabalhadores é ampliada a cada pequena vitória, mesmo que essa seja transitória. Para  
os dois expoentes do materialismo histórico-dialético, a grande indústria capitalista  
cria os meios de comunicação utilizados pelos proletários para promoverem suas lutas  
locais, transformando-as em uma luta nacional e até mundial, uma luta de classes. A  
comunicação é aqui tratada pela materialidade até mesmo logística das tecnologias dos  
meios, fornecendo facilidade de contato entre a classe trabalhadora.  
Porém, essa é a perspectiva revolucionária e crítica dos meios. Como nos  
recorda o próprio Engels, em “O papel da violência na história”, a classe dominante  
utiliza todas as formas de violência para se agarrar ao poder, desde as formas mais  
coercitivas e diretas até as mais implícitas. O monopólio dos meios de comunicação  
nas mãos da burguesia reflete uma visível forma de regular a produção e o acesso das  
informações e formas de contato entre a classe proletária. Assim, a concorrência do  
livre mercado se mostra na realidade a concentração de mais um monopólio em outro  
setor produtivo da sociedade, setor este responsável pela produção e disseminação  
ideológica das ideias e interesses da classe burguesa. A solução, na perspectiva  
revolucionária marxista, é a tomada dos meios de comunicação que englobam  
também os setores de transporte por corresponderem à comunicação de troca de  
produtos , visando a concentração desses nas mãos de um poder popular no caso de  
uma tomada do Estado pelas mãos dos trabalhadores.  
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Theodor Adorno e Max Horkheimer, em “A Indústria Cultural: O Iluminismo  
como Mistificação das Massas”, dissertam que a suposta liberdade de escolha da  
ideologia, pela pressão econômica alinhada a esses interesses de classe, revela uma  
ideologia vinculada ao modo de produção do setor cultural associado aos meios de  
comunicação de massa. Isto confere inclusive a essa cultura produzida e reproduzida  
nos meios um ar de semelhança, uma vez que os setores são harmonizados entre si,  
evidenciado empiricamente nas produções.  
Na perspectiva dos autores, com o desenvolvimento do capitalismo e sua era  
tardia sendo sustentada por décadas, a cultura e a comunicação se transformam, porém  
a centralidade da materialidade dos meios continua a mesma: pertencente em grande  
parte dos casos à burguesia. A cultura e a comunicação adquirem cada vez mais a falsa  
identidade do universal e do particular, enquanto sua economia é concentrada de  
maneira idêntica e a função social deixa de ser uma prioridade mascarada para  
assumir descaradamente sua função enquanto ideologia.  
Novamente, em “Sobre a sociologia das relações de classe”, podemos perceber  
preâmbulos do alinhamento entre o pensamento de Horkheimer e Adorno (em  
Dialética do Esclarecimento) no que posteriormente se tornaria o conceito de Indústria  
Cultural. No texto, Horkheimer expressa seu descontentamento com a engenhosidade  
da indústria do entretenimento, que em sua visão irá reproduzir cenas monótonas da  
vida de maneira automatizada, em uma naturalização do marasmo da vida sob o  
mundo administrado.  
Os filmes, o rádio, as biografias populares e romances bradam  
incessantemente o mesmo ritmo: este é o nosso ponto de encaixe, o  
trilho para os grandes e os pequenos, essa é a realidade como é, como  
deve ser e como será. Até mesmo as palavras que poderiam expressar  
uma esperança por algo diferente dos frutos do sucesso foram  
absorvidas (Horkheimer, 2021, p. 154).  
A linguagem dos meios dentro da lógica industrial do capital torna o  
pensamento, seus frutos e expressões nas artes e cultura, em ferramentas no aparato  
de produção da sociedade capitalista monopolista. Essa ideologia tornará a  
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autoexpressão do indivíduo como idêntica “às suas funções no sistema vigente”  
(Horkheimer, 2021, p. 154), como explicado anteriormente na visão do teórico crítico  
sobre ideologia e sua alocação nas classes e atividades.  
Indícios da crítica à racionalidade técnico-instrumental são nítidos quando  
Horkheimer atribui que, no mundo mais maduro (moderno) para realização do  
pensamento teórico, os traços humanos desaparecem e são dizimados desde a reflexão  
do pensamento por mecanismos ideológicos que servem aos monopólios da indústria  
e do trabalho (o Capital). Assim, “as precauções conscientes tomadas pelo rádio, pela  
imprensa e pelos filmes são apenas um suplemento visível às tendências inconscientes  
necessárias ao desenvolvimento econômico e social” (Horkheimer, 2021, p. 153), na  
qual a continuação e manutenção do modelo de produção capitalista parte da  
dependência do domínio cada vez mais fechado das ideias de seu tempo para atingir  
ainda mais sua perfeição técnica dos meios, a realidade-ideologizada ou ideologia-  
realizada e em estado de completa naturalização.  
A publicidade é o “elixir da vida” (Adorno; Horkheimer, 2002, p. 39) da  
indústria cultural, de maneira bem literal, uma vez que a financia. As mercadorias  
comercializadas se mesclam à mercadoria cultural. A propaganda na Indústria  
Cultural expressa a transformação e atualização da noção de Marx e Engels de  
ideologia (as ideias de sua dominação como manifestações do como as coisas  
devem/deveriam ser na perspectiva burguesa), e demonstra o que Horkheimer afirma, o  
fim da promessa do livre mercado e a concretude dos monopólios, propaganda como  
a reafirmação do domínio da estrutura social, de se constituírem as relações materiais  
em uma sociedade pelo viés da classe dominante por um realismo naturalizado.  
A perspectiva da Teoria Crítica sobre a Indústria Cultural nos permite conectar  
os demais setores da sociedade e o afunilamento ideológico desses dentro do modelo  
de produção capitalista. Os setores produtivos mais poderosos: mineração,  
agronegócio, agropecuário, petrolífero, tecnológico, serviços, telecomunicações,  
bancos, etc, são os anunciantes máximos dos meios de comunicação, e o poder de  
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encomenda publicitária e de tempo de publicidade revelam a empiria do poder  
econômico e sua relação com a ideologia dos meios. O monopólio da comunicação e  
da produção cultural se mostra dependente, necessita atender as demandas dos  
demais setores para ser sustentado, as empresas privadas que produzem informação,  
entretenimento e cultura estão assim indissociavelmente conectadas com os setores  
que as sustentam (Adorno; Horkheimer, 2002).  
Com a publicidade, seja direta ou indireta, as verdadeiras vozes da indústria  
cultural são reveladas. As formas publicitárias e seus discursos estereotipados  
garantem a dominação pela segurança, pelo idealismo e determina os impulsos  
humanos, enquanto as massas consumidoras ficam alienadas de sua realidade e se  
identificam com os discursos meritocráticos, liberais e burgueses da mídia, na relação  
dialética entre classes, a classe-média reina na ideologia da indústria cultural por ser  
inacessível ao grande público mas ainda próximo o bastante (Adorno; Horkheimer,  
2002). Assim é formado o cidadão idealizado pela indústria cultural, enquanto o pobre  
segue a normativa liberal de ser retratado como preguiçoso, um fardo para a  
sociedade, não produz e nem provê. O indivíduo desejado pela classe burguesa é  
aquele refém que será cooptado forçosamente e alienadamente para a manutenção da  
estrutura que o rodeia de maneira massificada.  
Com a mesmice sendo reguladora da relação da produção cultural com seu  
próprio passado, a dialética da cultura de massa frente ao liberalismo do capitalismo  
tardio é a exclusão do novo. Porém, mesmo com suas proibições e limitações, a  
indústria cultural fixa, como sua antítese, a arte de vanguarda, que surge com  
linguagens, sentidos e propósitos próprios (Adorno; Horkheimer, 2002).  
A própria concepção dos produtos dentro da indústria cultural é formada  
politicamente em acordo com as demandas econômicas. A padronização das  
produções corresponde a padronização ao discurso ideológico, ao mesmo tempo que  
o público é quantificado apenas como índice estatístico, divididos em categorias de  
renda, faixa-etária, gênero, sexualidade, etc. Quando Adorno e Horkheimer (2002)  
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utilizam como exemplo a indústria cinematográfica, estúdios de grande produção,  
como Warner Brothers e MGM são tidos como casos nos quais a produção de linha de  
montagem de um carro pode ser comparado com o processo de produção dos filmes,  
com as diferenças e inovações entre as mais recentes produções cinematográficas,  
como os meios técnicos, número de astros, mão-de-obra, figurinos, montagem de cena,  
fórmulas de roteiro agradáveis e fáceis de serem compreendidas, sendo semelhantes  
ao número de cilindros ou potência do motor de um automóvel. Assim, os meios de  
comunicação e de produção de cultura, envoltos sob a redoma conceito de Indústria  
Cultural, neste caso, servem como exemplos do  
triunfo do capital investido. [ao] Imprimir com letras de fogo a sua  
onipotência a do seu próprio patrão no âmago de todos os  
miseráveis em busca de emprego, é o significado de todos os filmes,  
independentemente do enredo escolhido em cada caso pela direção de  
produção. O trabalhador, durante seu tempo livre, deve se orientar  
pela unidade da produção (Adorno; Horkheimer, 2002, p. 8).  
A suposta racionalização, a dominação da natureza, tão proclamada pela  
ideologia burguesa desde o Iluminismo, se mostra em sua contradição como discurso  
idealista sustentado pela manutenção do irracionalismo. A ideologia disfarçada de sua  
intencionalidade é a astúcia da burguesia e sua reprodução discursiva na cultura e  
meios de comunicação. A técnica e sua racionalidade são inseridas no processo de  
produção dos conteúdos impulsionados pelos mais diferentes meios apenas como  
forma de manutenção cíclica, ausente de emancipação e possibilidade críticas. Isso  
pois a indústria cultural se espalhou pelo mundo inteiro, surgindo de início nos países  
industriais mais liberais, de maneira que os sonhos vinculados à cognição dos  
indivíduos são um conjunto de ideias correspondentes aos interesses dominantes.  
A cultura de massa na modernidade apontada por Horkheimer (2021) será,  
movida pela tecnicidade cada vez mais aprimorada, responsável por martelar os  
padrões de comportamento predominantes de maneira monopolista nos olhos,  
ouvidos e músculos dos trabalhadores durante seu tempo livre, percebe-se a  
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continuação do trabalho pela ideologia, com o período de diversão mal podendo ser  
distinguido do trabalho.  
Cumpre-se a função máxima da ideologia dentro da leitura do materialismo  
histórico: tornar universais os interesses da burguesia, apresentá-los enquanto os  
interesses comuns a todos os membros da sociedade, como se fossem as únicas ideias  
racionais e legítimas, naturalizadas (Marx; Engels, 2007). E, ao mesmo tempo, nota-se  
no contexto de Horkheimer, o capitalismo tardio da primeira metade do século XX,  
uma crise referente a como fica a realidade social e a ideologia se não há mais a  
promessa de princípios racionais burgueses transcendentes, ou seja, as  
grandiloquentes promessas da filosofia burguesa são “absorvidas”. Na leitura  
frankfurtiana, a questão específica da ideologia do século XX é a ausência de um  
elemento de contradição, porque não faz mais nenhuma aposta na transcendência, em  
algo que esteja além do realmente existente. Essa é a sutil, porém fundamental,  
contribuição frankfurtiana ao conceito marxiano-engelsiano de ideologia, derivada da  
necessária crítica imanente da sociedade a partir de seus processos, fenômenos e novas  
contradições.  
CONSIDERAÇÕES E CONTRADIÇÕES  
Com as reflexões aqui alavancadas através das obras de Marx, Engels e  
Horkheimer, visualiza-se a importância de se pensar criticamente a cultura, a arte e os  
meios de comunicação como vinculados à uma lógica de divisão social de trabalho,  
bem como das relações de produção determinadas pelo modo de produção. A base  
material da sociedade capitalista conecta os conteúdos e a sua materialidade técnica,  
mas sobretudo na mediação pelo conceito de ideologia.  
Ao abordar a obra de Horkheimer, é incontornável destacar as contradições de  
um pensador que, apesar de nos anos 1930 declarar o estudo da base econômica como  
condição sine qua non para uma descrição adequada da realidade social, acaba ele  
próprio se afastando de tal teoria econômica. O que para Slater, em Origem e  
significado da Escola de Frankfurt”, é um dos motivos do abandono da luta de classes na  
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obra frankfurtiana, resultando em um idealismo fortalecido na obra tardia de  
Horkheimer. Essa isenção chega ao máximo quando, próximo da morte, Horkheimer  
chega a argumentar que a Teoria Crítica deveria registrar as mudanças às quais a  
sociedade está sujeita, mas sem assumir um papel de agitação ativo nessas mudanças,  
esquecendo sua própria declaração: “A Teoria Crítica sempre teve uma dupla tarefa:  
especificar o que deve ser mudado e reter certos momentos culturais. Além disso,  
descreve o processo de mudança a que o nosso mundo está sujeito” (Horkheimer Apud  
Slater, 1978, p. 133).  
Essa articulação metateórica e metacrítica não pode ser escolasticamente  
classificada como mera continuação do pensamento marxiano e engelsiano, o que seria  
ignorar as múltiplas diferenças, afastamentos e contradições entre esses, como a luta  
de classes na perspectiva de Horkheimer. A função da Teoria Crítica, enquanto  
metateoria e metacrítica, consiste em ser uma abordagem interdisciplinar que  
identifica os problemas levantados pelos principais debates filosóficos e sociológicos  
acerca de um determinado tema, para em seguida verificar as formas como tais  
investigações e discussões abordam tais questões.  
A Teoria Crítica se apresenta como uma articulação refinada de diversas  
implementações e noções advindas do marxismo. Como explica Martin Jay (2008),  
para Horkheimer a relação entre cultura e superestrutura é multidimensional, com os  
todos os fenômenos da cultura sendo mediados pela totalidade social, e não apenas  
como meros reflexos de interesses de classe, o que também engloba fenômenos  
culturais que expressam as contradições do todo, com posturas que negam o status quo.  
Assim, apesar da ideologia se fazer presente, ela não torna a cultura exclusivamente  
ideológica.  
Pensar na materialidade, historicidade, conflitos e contradições dentro da  
cultura e de seu vínculo com a comunicação possibilita enxergar o atendimento de  
interesses das classes dominantes (burguesas), além de nos fazer evitar cair na  
fetichização dos meios de comunicação e de seus produtos, assim não cometemos o  
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erro de alocar características metafísicas para produções concretizados pela força de  
trabalho humana. Trazendo esse debate para uma exemplificação contemporânea, a  
internet se revela um caso de forma de comunicação e acesso à informação e conteúdo  
que parece “surgir do ar”, porém esconde uma materialidade e uma tecnicidade, com  
uma implacável exploração do trabalho em seus diversos níveis de desenvolvimento,  
produção e distribuição/troca.  
Possibilidades críticas e contestadoras do status quo, assim como de toda  
totalidade social, surgem dentro da cultura e nos próprios meios de comunicação, uma  
contradição prevista pelos autores aqui citados, o que reflete as próprias contradições  
geradas pelo capitalismo e sua luta de classes. Na linha de Marx e Engels, apenas a  
união dos trabalhadores e a produção crítica de uma consciência de classe são as  
formas encontradas pelos autores para a emancipação do proletariado de seus  
grilhões, sejam eles físicos ou espirituais. O que representa momentos contraditórios  
entre Horkheimer em relação à perspectiva de Marx e Engels sobre a luta de classes e  
a consciência da classe trabalhadora.  
Nos termos de Horkheimer, a teoria deve ser tão próxima da realidade social  
que possa ser válida até para os grupos contrários à sua transformação, o que isolou a  
Teoria Crítica da conscientização das massas trabalhadoras. Esse movimento é  
evidenciado ao considerar um dos objetivos estabelecidos por Horkheimer como o de  
um não alinhamento com a consciência do proletariado pois, como mencionado  
anteriormente, não considerava o local de inserção dessa classe no modo de produção  
como sendo suficiente para garantia de um conhecimento correto acerca da realidade,  
apesar de experienciar as injustiças em seu cotidiano.  
A atualidade e vivacidade da Teoria Crítica e suas perspectivas materialistas  
histórico-dialéticas aqui esboçadas, com os curtos exemplos citados, exprimem a  
necessidade de se produzir pesquisas e análises da realidade por esse viés. Com o  
acréscimo de temáticas, autores e abordagens articulados com uma crítica das  
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dinâmicas de poder e de troca no todo social, principalmente em fenômenos  
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