A SIMBOLOGIA DA ÁGUA NAS CANTIGAS DE MILAGRE, DE DOM AFONSO X: CANTIGA 95 DE SANTA MARIA
DOI:
https://doi.org/10.63418/rccf.v3i1.73Palavras-chave:
Água. Cantigas de Santa Maria. Milagres. Imagens. Texto.Resumo
As Cantigas de Santa Maria, compostas no século XIII por ordem de D. Afonso X, o Sábio, constituem um rico painel da cultura medieval e revelam a profunda relação entre o homem do medievo e a natureza, especialmente a água que, nesse cenário, emerge como elemento central, carregado de simbolismo e significado. Em um contexto marcado pela forte religiosidade e estreita relação entre o homem e a natureza, a água, presente em diversas manifestações – desde as chuvas que fertilizam a terra até os oceanos que inspiram temor –, assume um papel fundamental nos milagres atribuídos à Virgem Maria. A CSM 95, por exemplo, narra um episódio em que a Virgem acalma uma tempestade, transformando a água, antes ameaçadora, em instrumento de salvação. A análise da água nas Cantigas de Santa Maria permite-nos compreender como esse elemento natural se entrelaça com o sagrado, mediando a relação entre o homem e o divino. A Virgem Maria, como figura materna e protetora, utiliza a água como instrumento para realizar seus milagres, demonstrando seu poder sobre as forças da natureza e sua compaixão pelos homens. Ao explorar essa temática, este trabalho busca contribuir para uma melhor compreensão da religiosidade popular medieval e da relação entre o homem e o meio ambiente. A água, além de elemento essencial à vida, revela-se como um poderoso símbolo cultural, carregado de significados que transcendem o tempo e o espaço. As circunstâncias que envolvem a água são múltiplas, tornando-se elemento primordial e protagonista dos milagres realizados por intermédio da Virgem Maria, indicando-nos a relação existente entre os grupos humanos e o meio em que estes estavam envoltos.
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